quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Júlia

Num dia qual tudo parece sem sal, sem aquele gosto de alegria de sempre, um dia qual tudo o que eu queria era estar trancado entre as quatro paredes do meu quarto, sozinho, ouvindo os mais profundos réquiens e mergulhando nos azuis mais escuros que em um instante se tornariam pretos, a minha vista cai sobre ela, aquela menina de cachos longos e sorriso qual só ela sabe sorrir.
Eu a cumprimento, apesar de sua atenção estar voltada aos amigos e a seu bom astral aparente, preferindo não incomodá-la, começo a me distancia e sinto sua pequena mão macia tocar-me o braço e me puxar, me puxar do fundo escuro do mar de angustia no qual havia me mergulhado, e ela me beija, transformando todos os violinos tristes das odes a morte nos sons das doces liras dos anjos. Ela me fita, e sorri aquele sorriso que só ela sabe sorrir, nos meus lábios, outro sorriso, um sorriso que só ela sabe me fazer sorrir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário