De vez em quando eu acho que cansei, cansei das cores, cansei dos amores, cansei das dores e dos temores. As vezes eu penso que deixei, deixei as aquarelas, deixei as mais belas, deixei as seqüelas e os tremores nas canelas.
Eventualmente me esqueço dos momentos, me esqueço dos sentimentos, dos ferimentos e dos sofrimentos mas nada disso vem do nada.
Tudo isso vem quando me recordo do arco-íris que olhamos depois daquele dia de chuva, daquele beijo que me deu a luz da lua, daquelas lágrimas que tanto prendi em meus olhos e do medo de perder todos que mais amo. Acho até que todo esse cansaço, todo esse abandono e esse esquecimento são pra me resguardar, me proteger e me preparar para que um dia, quando o inevitável vier, eu não precise cansar, deixar nem esquecer dos mais queridos, entes preferidos, meu fieis e amados amigos.
Queiroz Barreto
As reflexões e momentos de alguém que vive em um emaranhado de palavras soltas, sem sentidos e loucas.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Eu quero é ver
E agora eu quero ver
Quero ver quem vai dizer
Que o que eu fiz foi errado
Agora eu quero é ver
Ver tudo aquilo florescer
Florescer de novo
Neste jardim morto
Que você própria assassinou
Agora eu quero ver
Quem vai por o dedo na minha cara
Me dizer que estou errado
Ah, me de um tempo minha cara
Eu vou pagar pra ver
O que você pretende fazer
Se quer deixar tudo a favor do destino
Se mais uma vez tudo ficará ao seu bel prazer
E eu quero é só ver
Se quando eu partir
Não virá de joelhos me implorar a volta
Chorando e admitindo a derrota
Eu queria ver
Se serei tão fraco novamente
De me agachar e sorrir levemente
Prometendo que ficará tudo bem
Eu quero é ver meu amor
Eu quero é ver
Quero ver quem vai dizer
Que o que eu fiz foi errado
Agora eu quero é ver
Ver tudo aquilo florescer
Florescer de novo
Neste jardim morto
Que você própria assassinou
Agora eu quero ver
Quem vai por o dedo na minha cara
Me dizer que estou errado
Ah, me de um tempo minha cara
Eu vou pagar pra ver
O que você pretende fazer
Se quer deixar tudo a favor do destino
Se mais uma vez tudo ficará ao seu bel prazer
E eu quero é só ver
Se quando eu partir
Não virá de joelhos me implorar a volta
Chorando e admitindo a derrota
Eu queria ver
Se serei tão fraco novamente
De me agachar e sorrir levemente
Prometendo que ficará tudo bem
Eu quero é ver meu amor
Eu quero é ver
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
O dia das crianças
Sentado em uma cadeira barata encostada na parede, balançava minhas pernas em um gesto ansioso, enquanto observava os marcadores daquele relógio de ponteiro de segunda preso na parede da cozinha que aparentavam mover-se lentos, apenas para me angustiar.
Os carros passavam na avenida em frente à minha casa, muitos com o som nas alturas reproduzindo aquelas músicas da Xuxa, afinal, 12 de outubro não poderia ter uma cara diferente, essa energia e animação nos gritos das crianças que passavam pela caçada, exibindo suas bolas e armas d'água novas. E eu estava lá, sentado naquela cadeira de quinta categoria olhando pela janela esperando aquele Uno 86 preto que iria me trazer o mesmo sorriso dos meninos e meninas que passavam na rua, um sorriso que me fora roubado por longos dois anos.
Chegou o fim da tarde, eu continuava ali, debruçado sobre aquela maldita janela esperando a minha felicidade chegar sobre quatro rodas e entre os grandes braços negros do meu super-herói. Foi quando a porta abriu, e uma moça muito familiar com um semblante triste adentrou o recinto de cabeça baixa, aproximou-se de mim, se pôs de joelhos e me abraçou, entre soluços e lágrimas me disse.
-Quem sabe no ano que vem?
E eu a abracei, chorei e depois de longos minutos de prantos encarei novamente a calçada onde eu esperava ansioso aquele Uno 86 que nunca viria.
Os carros passavam na avenida em frente à minha casa, muitos com o som nas alturas reproduzindo aquelas músicas da Xuxa, afinal, 12 de outubro não poderia ter uma cara diferente, essa energia e animação nos gritos das crianças que passavam pela caçada, exibindo suas bolas e armas d'água novas. E eu estava lá, sentado naquela cadeira de quinta categoria olhando pela janela esperando aquele Uno 86 preto que iria me trazer o mesmo sorriso dos meninos e meninas que passavam na rua, um sorriso que me fora roubado por longos dois anos.
Chegou o fim da tarde, eu continuava ali, debruçado sobre aquela maldita janela esperando a minha felicidade chegar sobre quatro rodas e entre os grandes braços negros do meu super-herói. Foi quando a porta abriu, e uma moça muito familiar com um semblante triste adentrou o recinto de cabeça baixa, aproximou-se de mim, se pôs de joelhos e me abraçou, entre soluços e lágrimas me disse.
-Quem sabe no ano que vem?
E eu a abracei, chorei e depois de longos minutos de prantos encarei novamente a calçada onde eu esperava ansioso aquele Uno 86 que nunca viria.
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