quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Diário de um jovem marinheiro


Acho que não fui bem claro

O que eu realmente queria não era qualquer afago, o que eu realmente não precisava era passar o dia vendo de longe o balanço do mar, o que eu realmente não esperava era ter de seguir um caminho diferente, mas foi necessário.

Necessário, pois creio que eu não posso satisfaze-la, creio que o que nos separa seja seu medo, medo de se entregar, medo de acreditar naquilo que você diz não existir. Mas não estou aqui para julgar ninguém, estou aqui para lhe dizer ''lua minha'' que ainda és meu satélite, que sempre estará comigo em uma página inteira daquele meu amigo que você jurava lhe assustar tanto, que sempre vou te encontrar em meio a multidão, por menor que possa ser sua luz, ela é singular, bela e hipnótica, como teu jeito de andar e aquele sorriso que julgava estar cada dia mais bonito.

Mas eu vou partir, acatando novamente seu desejo, como fiz com todos os outros que me preocupava tanto em realizar com maestria e precisão. Vou navegar outro mar, Mariana, navegar outras ilhas e ancorar em outros portos, pois tenho esperança de quando meu barco atracar novamente nesta praia, numa noite de lua cheia, eu consiga constatar que alguém lhe fez bem a ponto da tua luz ofuscar o brilho de todas as estrelas. Só tenho uma coisa a lhe pedir, pequena, você tem a chave desta pequena caixa preta que leva sempre contigo do lado esquerdo do peito, não precisa ser para todos, mas à abra para você, e se desfaça das coisas ruins que possam estar la dentro, em particular uma, para que viva bem, é tudo que lhe peço.

Eternamente seu
QueirozBarreto

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