terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Diário de um jovem marinheiro 4


Boa noite, lua minha.

Desta vez te escrevo do mar aberto, não há sinal de terra por perto, nem um porto onde possa atracar. Na verdade, lua minha, escrevo-te por que me sinto entediado, entediado e cansado depois de tamanho desgaste que passei.
Desta vez, lua minha, estou encalhado, em um enorme coral que cintila cores vivas ao toque sutil do sol, e estou preso nele exatamente por conta disso. Duvidei de que tamanha beleza, que me enfeitiçou, me amarrou e me deixou preso de um jeito semelhante ao qual você me fez, pudesse me deixar nessa armadilha, sem escapatória, esperando para morrer só.
Não há muito o que fazer, vou aqui, caçando mais estrelas para aumentar o brilho desses corais até que em uma onda de sorte à maré me carregue pra longe e longe de mim, seu feitiço.

Eternamente seu,
QueirozBarreto

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